Evento SB COP, que ocorreu ontem, segunda-feira, 10 de março, marca lançamento da Sustainable Business COP (SBCOP) e destaca o papel do setor privado na transição para uma economia verde.
O evento SB COP: Ação Empresarial pelo Desenvolvimento Sustentável, realizado recentemente, consolidou a participação do setor privado na agenda climática global e marcou o lançamento oficial da Sustainable Business COP (SBCOP). A iniciativa busca engajar empresas em soluções concretas para a descarbonização e transição energética, alinhando o setor produtivo às discussões da COP30, que acontecerá em Belém do Pará.
Com a presença de representantes do governo federal, do governo estadual do Pará e de lideranças empresariais, o evento discutiu temas cruciais como bioeconomia, financiamento climático, transição energética e economia circular. A expectativa é que a COP30 seja uma vitrine para o Brasil demonstrar sua capacidade de liderar a transição ecológica global, unindo desenvolvimento econômico e sustentabilidade.
Governo Reafirma Compromisso com a COP30
O secretário extraordinário para a COP30, Valter Correia da Silva, afirmou que o Brasil está preparado para sediar a conferência, garantindo que os investimentos em infraestrutura e logística estão em andamento para acolher os líderes mundiais. “A COP30 será um marco para o Brasil. Precisamos transformar nossa vocação ambiental em oportunidade econômica e social”, destacou.
Já o secretário-executivo do MDIC, Márcio Rosa, reforçou a necessidade de tornar a indústria brasileira mais competitiva e sustentável. Segundo ele, a Nova Indústria Brasil (NIB) já atraiu mais de R$ 3,4 trilhões em investimentos e um dos seus eixos é fomentar uma produção de baixo carbono.
“O mundo precisa do Brasil como referência em produção sustentável, e a COP30 será a chance de mostrarmos isso”, afirmou.
O governador do Pará, Helder Barbalho, destacou os avanços do estado na redução do desmatamento e a implementação de iniciativas sustentáveis. Ele anunciou que, durante a COP30, será inaugurado o Parque de Bioeconomia da Amazônia, um projeto que visa impulsionar cadeias produtivas baseadas na biodiversidade florestal.
“O Pará quer liderar a transição para um modelo econômico que preserve a floresta e gere riqueza para sua população”, afirmou.
Governador do Pará também destacou a importância da economia verde com novos escopos de geração econômica a partir da lógica sustentável e de preservação do meio ambiente. Defendeu a implementação de atividades econômicas a partir da bioeconomia, no Pará, conjugadas com o comando e controle da preservação. Helder também informou que o estado do Pará estará na primeira concessão de restauro do Brasil junto a bolsa de valores B3 com ativos florestais.
Setor Privado Como Protagonista
Liderado pelo presidente da CNI, Ricardo Alban, o setor empresarial brasileiro se comprometeu a atuar na agenda climática de forma proativa. Segundo Alban, a SBCOP permitirá que as empresas apresentem soluções inovadoras e influenciem as negociações globais. “A indústria brasileira já tem exemplos bem-sucedidos de sustentabilidade, e queremos garantir que nossa voz esteja presente nas decisões da COP30”, afirmou.
O chair da SBCOP, Ricardo Mussa, apresentou os seis grupos de trabalho que vão atuar na construção de propostas concretas para a COP30:
Transição Energética – Daniela Manique (CEO da Solvay)
Economia Circular – Roberto Azevêdo (Deputy Chair e ex-diretor-geral da OMC) e Tercio Borlenghi (Ambipar)
Bioeconomia – João Paulo Ferreira (CEO da Natura)
Segurança Alimentar – Gilberto Tomazoni (CEO da JBS)
Transição Justa – Rafael Segrera (Schneider Electric)
Financiamento Climático – Luciana Ribeiro (CEO da EB Capital)
Cada grupo tem a missão de gerar recomendações para os líderes globais, além de apresentar soluções viáveis para a transição verde. “O setor privado é responsável por 84% das emissões globais, e precisamos estar na linha de frente das soluções”, afirmou Mussa.
Bioeconomia e Financiamento Climático Ganham DestaqueA bioeconomia foi um dos temas centrais do evento. O CEO da Natura, João Paulo Ferreira, defendeu um modelo econômico que valorize os recursos da floresta em pé, promovendo biotecnologia, produção sustentável e preservação ambiental. “Temos que transformar a Amazônia em um exemplo global de desenvolvimento sustentável”, ressaltou.
O tema do financiamento climático também teve grande protagonismo. Luciana Ribeiro, da EB Capital, anunciou que a SBCOP trabalhará em um projeto inovador para mobilizar investimentos privados na transição ecológica. “Sem recursos financeiros, a economia verde não avança. Precisamos criar mecanismos que garantam capital para esses projetos”, afirmou.
Destaque para a Liderança Feminina no Painel
O evento também evidenciou a presença e a contribuição de mulheres em posições de liderança na construção da agenda climática. Daniela Manique, CEO da Rhodia/Solvay, foi um dos destaques ao assumir a liderança do grupo de Transição Energética, trazendo insights sobre inovação no setor químico para reduzir emissões.
Outra figura fundamental foi Luciana Ribeiro, CEO da EB Capital, que lidera as discussões sobre Financiamento Climático. Ela reforçou a necessidade de criar mecanismos que garantam capital para viabilizar projetos sustentáveis. “Sem recursos financeiros, a economia verde não avança. Precisamos de estruturas que impulsionem o setor privado a investir na sustentabilidade”, destacou.
A presença feminina também foi evidenciada por Ana Toni, secretária-executiva da presidência da COP30, que trouxe uma visão essencial sobre a articulação entre o setor privado e os objetivos globais de descarbonização. Seu papel tem sido fundamental para aproximar as empresas das diretrizes climáticas da ONU, tornando as negociações mais efetivas e inclusivas.
Conclusão
A COP30 será um momento histórico para o Brasil, e a SBCOP surge como um mecanismo essencial para garantir a participação ativa do setor privado na definição de compromissos climáticos globais. O evento SB COP demonstrou que há uma iniciativa de alinhamento entre governo e empresariado na busca por soluções sustentáveis.
A expectativa é que, até a realização da COP30, essas iniciativas se consolidem e resultem em ações concretas. Como destacou o presidente da COP30, André Corrêa do Lago, “esta conferência é a oportunidade de transformar o Brasil em um líder global da economia verde. Agora é a hora de agir”.
Veja como foi o evento naíntegra Acesse SB COP: Ação Empresarial pelo Desenvolvimento Sustentável