A audiência pública realizada no Congresso Nacional na última terça-feira, 21 de outubro de 2025, discutiu os preparativos para a COP30, que acontecerá em Belém, na Amazônia. O evento reuniu parlamentares, especialistas e organizações da sociedade civil para debater temas cruciais como transição energética, desmatamento e justiça climática.
A COP30, marcada para 2025, será uma oportunidade importante para os países reverem suas metas climáticas e reforçarem o compromisso com a preservação ambiental, com destaque para o papel do Brasil no cenário global.
O evento foi aberto pelo deputado Nilton Tato (PT/SP), presidente da Frente Parlamentar Ambientalista, que destacou o simbolismo de Belém como sede da COP30. Tato ressaltou a importância da Amazônia para a preservação ambiental e criticou a recente autorização do governo brasileiro para a exploração de petróleo na Foz do Amazonas, apontando que essa medida contradiz os esforços globais de preservação. A exploração de combustíveis fósseis, que é vista por muitos como uma ameaça ao equilíbrio ambiental, ainda é um tema polêmico nas discussões climáticas.
Cláudio Ângelo, do Observatório do Clima, abordou as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), criticando as metas de redução de emissões atuais por serem insuficientes para enfrentar a crise climática. Ele destacou que a COP30 será uma chance para os países aumentarem a ambição de suas metas, já que as NDCs são fundamentais para o cumprimento dos objetivos do Acordo de Paris. No entanto, ele alertou que, sem uma revisão significativa dessas metas, o mundo não conseguirá limitar o aquecimento global conforme o necessário.
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Ao longo da audiência, os participantes discutiram o papel do Brasil nas negociações internacionais, enfatizando a necessidade de políticas internas mais eficazes para enfrentar os desafios climáticos. O país, apesar de ser uma potência em energias renováveis e de ter um grande potencial de atuação na preservação ambiental, ainda enfrenta questões internas relacionadas ao desmatamento e à implementação de políticas de transição energética. Durante a COP30, o Brasil será pressionado a alinhar sua política interna aos compromissos climáticos globais.
A questão da justiça climática também foi abordada durante o evento, com Mariana Belmon, representante do movimento negro, falando sobre os impactos desproporcionais das mudanças climáticas sobre as populações mais vulneráveis, como as comunidades negras, indígenas e periféricas. Ela destacou a necessidade de garantir que essas populações estejam incluídas nas discussões e decisões climáticas, pois são elas que mais sofrem com os desastres naturais e as consequências da crise climática.
A COP30 se aproxima como uma chance para o Brasil reforçar seu compromisso com a mudança climática, mas também como uma oportunidade para o país refletir sobre os desafios que ainda precisa enfrentar internamente. O evento não será apenas uma reunião de líderes globais, mas uma plataforma para discutir como os países podem aumentar suas ambições e garantir que as ações climáticas sejam adequadas à urgência do momento.
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Redação: Pedro Cavalcanti/Notícias DataPolicy.
