Audiência Pública discute Política Nacional de Minerais Críticos e Terras Raras na Câmara dos Deputados

Audiência Pública discute Política Nacional de Minerais Críticos e Terras Raras na Câmara dos Deputados
Nilton Tato (PT/SP), deputado federal. Crédito: Câmara dos Deputados

A audiência pública realizada na Câmara dos Deputados, ontem, dia 29 de outubro, abordou o Projeto de Lei nº 2.780/2024 e outros relacionados à Política Nacional de Minerais Críticos e Terras Raras. O debate envolveu representantes de diversos setores, como os Ministérios de Minas e Energia, Meio Ambiente e movimentos sociais, com foco nas questões socioambientais e na necessidade de uma mineração mais sustentável no Brasil.

A fala da Alessandra Toledo, do Ministério do Meio Ambiente, destacou os impactos ambientais da mineração, como desmatamento, contaminação da água e o risco de desastres com barragens. Toledo enfatizou a necessidade urgente de atualizar as legislações sobre mineração para garantir que a exploração dos recursos minerais seja feita de forma responsável e com um licenciamento ambiental robusto, que considere todos os impactos, não apenas os econômicos.

Nilton Tato (PT/SP), deputado federal, também fez uma contribuição ao destacar que a mineração de minerais críticos não é apenas uma questão de interesse para o Brasil, mas para o mundo, especialmente no contexto da transição energética global. Tato argumentou que o Brasil precisa olhar para a mineração de forma estratégica, agregando valor ao invés de exportar apenas matérias-primas, o que traria mais desenvolvimento e sustentabilidade para o país.

O representante do Movimento Nacional da Soberania Popular e da Mineração, Cupim, foi enfático ao criticar a mineração predatória e a falta de participação das comunidades tradicionais e indígenas nos processos decisórios. Ele ressaltou que essas comunidades, diretamente afetadas pela mineração, precisam ter uma voz ativa nas discussões sobre a exploração mineral, defendendo que as riquezas naturais do Brasil devem ser utilizadas para benefício da população brasileira e não para interesses internacionais.

Outro ponto relevante foi o discurso de Miguel Leite, do Ministério de Minas e Energia, que reconheceu o potencial mineral do Brasil, destacando os investimentos previstos até 2029, mas também apontando a necessidade de garantir que esses recursos beneficiem as comunidades locais. Ele mencionou os esforços do governo para melhorar a segurança de barragens e evitar desastres socioambientais. No entanto, ele também alertou para o equilíbrio entre desenvolvimento econômico e proteção ambiental.

O debate revelou que, embora os minerais críticos ofereçam grandes oportunidades econômicas, existem desafios significativos quanto à distribuição dos benefícios e à condução dos projetos de mineração. A questão do licenciamento ambiental, o papel das empresas estrangeiras e a proteção das comunidades locais foram amplamente discutidos como aspectos essenciais para garantir que a exploração mineral no Brasil seja feita de maneira responsável, com benefícios sustentáveis para o país e suas populações, sem comprometer o meio ambiente e os direitos sociais.

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Por Pedro Cavalcanti/Notícias DataPolicy.

 

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