Durante COP30, foram apresentados novos dados e iniciativas do governo brasileiro relacionadas ao combate ao desmatamento, à ampliação de áreas protegidas e ao financiamento de ações florestais. Entre as informações divulgadas, destacam-se a redução de 31% no desmatamento em Unidades de Conservação federais em 2025, a mobilização de R$ 7 bilhões pelo BNDES para projetos de restauração e o lançamento de mecanismos internacionais de cooperação e crédito de carbono.
Os debates também enfatizaram o papel de povos indígenas e comunidades tradicionais na gestão territorial. As discussões integraram a agenda central da conferência, voltada à proteção de florestas e ao enfrentamento dos impactos da crise climática.
Os debates sobre proteção de florestas, financiamento climático e monitoramento do desmatamento ocuparam posição central na programação. Em diferentes eventos, foram apresentados dados sobre conservação, iniciativas de cooperação internacional e instrumentos voltados à restauração ambiental.
No dia 17/11, ocorreu um encontro ministerial voltado à discussão de mecanismos de financiamento para biomas tropicais. Entre as iniciativas destacadas estiveram o Tropical Forests Forever Fund (TFFF) atualmente apoiado por 60 países e pela União Europeia e a JREDD+, coalizão que busca estruturar créditos de carbono em escala jurisdicional, com estimativas de mobilização de recursos entre US$ 3 bilhões e US$ 6 bilhões anuais até 2030.
O secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, João Paulo Capobianco, afirmou que a cooperação entre governos, setor privado e comunidades é essencial para ampliar resultados.
“Precisamos de um mutirão até 2030. Os desafios são grandes, mas nunca houve tantas ferramentas disponíveis”, disse.
O encontro reuniu representantes de países como Colômbia, Noruega, Guiana e Reino Unido, além de organizações multilaterais e instituições financeiras. Os participantes defenderam a construção de um sistema internacional de financiamento mais estável, transparente e alinhado às necessidades dos países detentores de florestas tropicais.
Dados sobre desmatamento apresentados na conferência
A COP30 também foi espaço para a divulgação de novos dados sobre desmatamento em áreas sob gestão federal. Informações do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) indicam que, em 2025, as Unidades de Conservação federais registraram redução de 31% no desmatamento em comparação a 2024.
Na Amazônia Legal, a queda foi de 11,08% no mesmo período. O presidente do ICMBio, Mauro Oliveira Pires, afirmou que a realização da conferência na Amazônia reforça a visibilidade internacional das florestas tropicais.
“Fazer a COP na Amazônia é mostrar ao mundo o valor das florestas tropicais e a eficácia das UCs brasileiras”, declarou.
O Brasil mantém cerca de 90 milhões de hectares sob proteção federal, que incluem áreas de proteção integral e de uso sustentável. Parte dessas unidades abriga populações tradicionais, como extrativistas e agricultores familiares, que participam diretamente de cadeias produtivas associadas à floresta.
Investimentos do BNDES em projetos florestais
Durante a programação da conferência, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou ter mobilizado R$ 7 bilhões, desde 2023, para iniciativas de conservação, recuperação e manejo florestal em diferentes biomas. Segundo o banco, o volume corresponde ao apoio a ações que somam aproximadamente:
- 283 milhões de árvores plantadas;
- 168 mil hectares em processo de recuperação;
- 70 mil empregos gerados;
- 54 milhões de toneladas de CO₂e estimadas em capturas futuras.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou que o objetivo é ampliar parcerias voltadas à restauração e ao desenvolvimento de economias ligadas às florestas.
“Estamos transformando o Arco do Desmatamento no Arco da Restauração”, afirmou.
A plataforma BNDES Florestas reúne programas como Floresta Viva, Restaura Amazônia, Arco da Restauração, iniciativas de inovação tecnológica com a Embrapa e linhas do Fundo Clima. Também inclui projetos em parceria com empresas, como o ProFloresta+.
Cooperação internacional e próximas etapas da COP30
Ao longo da conferência, o ICMBio também deve firmar cooperações com o Office Français de la Biodiversité e com o estado alemão de Baden-Württemberg, além de fortalecer diálogos bilaterais com países amazônicos, como o Peru. A programação oficial da COP30 incluiu debates sobre florestas, povos indígenas, comunidades tradicionais, biodiversidade e governança climática.
As apresentações e anúncios realizados ao longo da conferência integram a agenda internacional de proteção florestal, combinando monitoramento, financiamento e estratégias de restauração envolvendo diferentes atores públicos e privados.
Por: Pedro Cavalcanti/ Notícias DataPolicy.
