Em 2 de fevereiro, celebrou-se o Dia Mundial das Zonas Úmidas. A campanha de 2025, com o tema “Protegendo as zonas úmidas para o nosso futuro comum”, busca conscientizar a sociedade sobre a importância desses ecossistemas para a vida no planeta.
Segundo o Comitê Nacional de Zonas Úmidas (CNZU), essas áreas representam a interface entre ambientes terrestres e aquáticos, podendo ser naturais ou artificiais, permanentemente ou periodicamente inundadas. As águas podem ser doces, salobras ou salgadas, sustentando comunidades de plantas e animais adaptadas a essas condições.
A preservação dessas zonas é essencial para a biodiversidade, a resiliência climática e a oferta de serviços ecossistêmicos fundamentais para a saúde humana, a economia e a cultura. Aproximadamente uma em cada oito pessoas no mundo depende dessas áreas para sua subsistência, incluindo abastecimento de água, produção de alimentos e lazer. Além disso, cerca de 40% de todas as espécies conhecidas vivem nesses ecossistemas, incluindo algumas exclusivamente encontradas em zonas úmidas.
As Zonas Úmidas no Brasil
De acordo com o “Inventário das Áreas Úmidas Brasileiras”, publicado em 2024, aproximadamente 20% do território nacional é coberto por essas áreas, com o Brasil detendo cerca de 12% da água doce do mundo. O rio Amazonas, sozinho, descarrega cerca de 20% de toda a água doce do planeta no oceano.
O Brasil abriga algumas das maiores zonas úmidas globais, como o Pantanal, as planícies amazônicas e os extensos manguezais na foz do rio Amazonas. O país possui 27 Sítios Ramsar, reconhecidos internacionalmente pela Convenção sobre Zonas Úmidas de Importância Internacional.
Contudo, esses ecossistemas enfrentam ameaças significativas, como desmatamento, expansão agrícola, mineração, queimadas e urbanização. A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) estima que, até 2040, a disponibilidade hídrica poderá diminuir em até 40% nas principais regiões hidrográficas do país.
A Reserva Particular do Patrimônio Natural SESC Pantanal, em Mato Grosso, é um exemplo de uso sustentável, promovendo ecoturismo, pesquisa e educação ambiental, demonstrando que é possível equilibrar conservação e desenvolvimento econômico.
Convenção de Ramsar e Ações Globais
Criada em 1971, a Convenção de Ramsar é o primeiro tratado ambiental global focado em um ecossistema específico. Com 172 países signatários, busca promover a conservação e o uso racional das zonas úmidas. A 15ª Conferência das Partes (COP15) ocorrerá em Victoria Falls, Zimbábue, de 23 a 31 de julho de 2025, abordando o tema “Protegendo as Zonas Úmidas para Nosso Futuro Comum”.
No Brasil, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima tem trabalhado para fortalecer o Conselho Nacional de Zonas Úmidas. Em 2024, o governo lançou o Programa Nacional de Conservação e Uso Sustentável dos Manguezais (ProManguezal), além de iniciativas voltadas à proteção dos Sítios Ramsar do Rio Negro e do Juruá. A proteção das zonas é essencial para garantir a sustentabilidade ambiental e o bem-estar humano. Acesse o site oficial da campanha pelo Dia Mundial das Zonas Úmidas para mais informações.
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Fonte: MMA.