Segundo dia da COP30 destaca o Papel Crucial das Cidades e Ação Local na Adaptação Climática

Cop30 ação climática
Foto de Aline Massuca/COP30

O segundo dia da COP30 foi marcado pela ação climática prática, com um foco robusto em como a liderança local e subnacional pode acelerar os avanços em adaptação e resiliência. O evento destacou soluções inovadoras e iniciativas concretas que buscam integrar as metas globais com as necessidades locais, enfatizando que a verdadeira transformação climática ocorre no território, onde os impactos são mais visíveis e as soluções mais urgentes.

Em uma reunião líderes de diferentes países e municípios reforçaram que os governos locais são essenciais para a implementação de soluções climáticas. A Reunião Ministerial de Alto Nível sobre Urbanização e Mudanças Climáticas deu destaque à importância de integrar a ação climática nas cidades. Durante o encontro, foi lançado o Plano para Acelerar a Governança Multinível (PAS), com o objetivo de integrar a ação local em 100 Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) até 2028. O Brasil e a Alemanha foram escolhidos como copresidentes dessa coalizão, que visa também capacitar 6.000 servidores públicos e expandir o financiamento climático para garantir que as metas climáticas sejam alcançadas em todos os níveis de governança.

Em seu discurso, o presidente da COP30, Embaixador André Corrêa do Lago, afirmou:  “Para implementar melhor, acreditamos que todos temos que pensar juntos porque ninguém tem a resposta certa”. O ministro das Cidades do Brasil, Jader Barbalho Filho, reforçou que as cidades, como as que sofrem diretamente com os efeitos das mudanças climáticas, são fundamentais para transformar compromissos em ações concretas.

A COP30 também avançou em questões-chave relacionadas a resíduos e construções sustentáveis. A Buildings Breakthrough Initiative anunciou um marco importante, com novos padrões globais para edificações com consumo de energia próximo de zero e resilientes às mudanças climáticas. Esses novos padrões estabelecem uma abordagem comum para a construção sustentável, com seis países – Colômbia, França, Finlândia, Gana, Japão e Quênia – endossando um novo marco para compras públicas sustentáveis e circulares.

A iniciativa No Organic Waste (NOW) também avançou, comprometendo-se a investir USD 30 milhões para reduzir em 30% as emissões de metano provenientes de resíduos orgânicos até 2030. O programa visa recuperar 20 milhões de toneladas de alimentos excedentes anualmente, alimentando 50 milhões de pessoas e gerando oportunidades no setor de resíduos, integrando 1 milhão de trabalhadores à economia circular.

O tema da água também foi uma prioridade no segundo dia da COP30. A Reunião Ministerial de Alto Nível sobre Água e Ação Climática resultou na adoção de uma declaração conjunta que posiciona a água como um pilar essencial da adaptação climática. A Iniciativa de Investimentos em Água da América Latina e Caribe anunciou a mobilização de USD 20 bilhões até 2030 para garantir a segurança hídrica nas regiões mais vulneráveis. O Brasil também apresentou dois planos de aceleração para melhorar o acesso à água e fortalecer a governança hídrica, com a colaboração de diversas organizações internacionais.

Uma das grandes iniciativas do dia foi o lançamento da campanha Beat the Heat, uma ação global que busca proteger 3,5 bilhões de pessoas do calor extremo até 2030. Este esforço mobiliza cidades, governos e parceiros privados para adotar soluções de resfriamento passivo em edifícios, como telhados verdes e áreas urbanas com mais vegetação. A iniciativa integra 185 cidades ao redor do mundo e visa reduzir os riscos do calor extremo para populações vulneráveis em escolas, hospitais e outros espaços públicos.

A Maloca, plataforma digital interativa lançada pelo PNUD, também foi um destaque do dia. A plataforma visa democratizar o acesso às discussões climáticas globais, permitindo que mais pessoas, comunidades e organizações se conectem a eventos e diálogos. Ao ser uma plataforma inclusiva, a Maloca também refletiu as discussões sobre como a inovação social e as soluções locais são essenciais para a adaptação às mudanças climáticas.

O segundo dia da COP30 foi um marco para a ação climática, reforçando que a colaboração entre governos locais, organizações internacionais e a sociedade civil é fundamental para acelerar as soluções necessárias para proteger o planeta e suas populações.

Por: Pedro Cavalcanti/ Notícias DataPolicy.

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