O Sistema Interligado Nacional (SIN) do sistema elétrico brasileiro enfrentará desafios significativos até 2035, conforme as projeções do Plano Decenal de Energia (PDE 2035). O crescimento acelerado da demanda de eletricidade, impulsionado pela expansão dos setores residencial, industrial e comercial, exigirá adaptações substanciais na infraestrutura elétrica do país. A principal preocupação será a capacidade de atender aos picos de demanda e reduzir as perdas no sistema.
O estudo revela que a carga global de energia no Brasil deverá atingir 115 GW médios em 2035, o que representa uma taxa de crescimento de 3,3% ao ano. Com a expansão de novos consumidores, como veículos elétricos e data centers, o sistema enfrentará um aumento considerável no consumo, especialmente durante os períodos de pico. O cenário superior, que antecipa uma aceleração da economia, projeta que a demanda máxima poderá ultrapassar 180 GWh/h, colocando ainda mais pressão sobre a infraestrutura elétrica nacional.
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Esse aumento no consumo está relacionado a novos hábitos de consumo, como o uso crescente de aparelhos de climatização e a chegada de novos modelos de consumo, que exigem uma gestão mais eficiente da rede elétrica. O aumento do uso de ar-condicionado, aliado à instalação de veículos elétricos e data centers, trará novos desafios para a flexibilidade do sistema, que precisará se adaptar para garantir a oferta de energia, principalmente durante o verão, quando o consumo atinge seus maiores picos.
O PDE 2035 também destaca um problema persistente: as perdas no sistema elétrico. De acordo com o estudo, o Brasil ainda enfrentará perdas técnicas e não técnicas de 16% a 18% da carga global de energia até 2035. Essas perdas são causadas tanto por falhas nas redes de transmissão e distribuição quanto por problemas como ligações irregulares, fraudes e erros de medição, tornando o controle dessas perdas uma das prioridades para o futuro.
Além dos desafios imediatos com o aumento da demanda, o estudo enfatiza a importância da transição energética e da incorporação de novas tecnologias. A mobilidade elétrica e a expansão dos data centers, que já começam a representar novas demandas de energia, têm o potencial de crescer ainda mais no futuro. Embora essas cargas ainda representem uma pequena fração da demanda nacional, no cenário superior, elas poderão representar até 13% da demanda total de energia do Brasil até 2035.
A transição para energias renováveis e o aumento do consumo impulsionado por novas tecnologias não só criam oportunidades, mas também desafios operacionais para o SIN. A infraestrutura de carregamento para veículos elétricos precisará ser expandida, assim como os sistemas de energia para alimentar os data centers, que são cruciais para a economia digital. A adequação do sistema elétrico brasileiro às novas necessidades será essencial para garantir a segurança energética e a continuidade do fornecimento de energia.
O PDE 2035 aponta que, para garantir o crescimento sustentável da matriz elétrica do Brasil, será necessário expandir fontes renováveis, otimizar a geração de energia e minimizar as perdas no sistema. O planejamento para os próximos anos precisa ser integrado e sustentável, com foco na modernização da infraestrutura elétrica, para que o Brasil possa atender à demanda crescente sem comprometer a segurança do fornecimento de energia.
Redação: Pedro Cavalcanti/ Notícias DataPolicy.
